quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Pirataria e democracia- Estado omisso e indústria capitalista proporcionam a pirataria e o acesso universal da música

O debate acerca das novas tecnologias, que modificaram os padrões musicais em dimensão planetária, são inúmeros que, ora chega a um mesmo ponto, ora divergem-se. Se, por um lado, os artistas do som ganham maior liberdade, o mercado formal da música e seus mega-empresários choram suas perdas monetárias significativas.

A pirataria é uma realidade amargante para as gravadoras que tentam usar diversas estratégias para sobreviver a esta selva. Os truques são diversos: institucionalizar seu cast para manter certos artistas no auge de fama e garantir as vendas de seus discos; fazer aquelas chatíssimas regravações para arrancar até a alma de certos artistas, que só gravam aquelas músicas que o público sabe de cor. Isto- e muito mais- são algumas das saídas que a indústria fonográfica encontrou para sair do vermelho, que, por sinal, faz tempo que o sinal verde não abre, além, claro, da união de grandes empresas fonográficas, típico na ditadura capitalista quando a beira da falência.

A pirataria deve ser observada e analisada por diversos pontos de vista. Deve haver um empenho e um debate de profundeza maior, para que não fiquem apenas as gravadoras jogando para cima do Estado e este, em cima das gravadoras, pois ambos fazem da arte um instrumento de lucros e mais lucros e hoje vivem suas dores de cabeça. (E porque não no bolso?)

A pirataria de discos, pelos menos em que os discos são vendidos na forma física no comércio popular, pode ter diversos aspectos em seu contexto, tais como sociais e econômicos. Não adianta aumentar o preço para recompensar as baixas nas vendas, como fazem os editores de livros, pois é tão paliativo quanto ineficaz . Talvez se as gravadoras e o Estado tivessem um empenho sério sobre tal assunto, os impactos da pirataria pudessem ser menores, pelo menos. Se o Estado zerasse toda a carga tributária do disco, como deveria fazer com o livro, e as gravadoras diminuissem suas ambições pelos lucros, que chegam a ser exorbitante, poderíamos ter discos muitíssimo baratos e, quem sabe, até os próprios ambulantes venderem, de forma legal, os discos que pederia se tornar acessível a qualquer pessoa que passa numa passarela, em vez de ficar restrita aos que podem ir ao shopping.

Como é sabido de muitos, a internet, neste aspecto, traz uma aspecto importante que é a democratização da arte(a música), claro que certos grupos não estão interessados em democracia. Acredito que a arte, neste caso, a música, deve ser acessível a todos, independente de classes sociais ou gêneros musicais. O Estado deve se incubir de proporcionar o acesso da música a todos. A pirataria se resume, talvez, pela incúria que fez do Estado um agente omisso frente a realidade.