sexta-feira, 27 de junho de 2008

Discurso de um caipira nostalgico

Zezin, por que cê me pergunta que ando triste por demais? Mas eu vai te dizer, e que a vida não anda mei difici.As coisas já não é como era antigamente.Já chegando certa idade, eu, que já sou avô de sete netos, homem que vivi do que colhi da terra; colhi muita mandioca, feijão, mio;tudo de fartura, que, cê sabe, não faltava por aqui.Hoje ando meio que desencantado da vida, cê não sabe? Lembro quando nós dormia ainda de janela aberta pra entrar ar, um ventinho fresco, um brisa da noite, agente da cama só ouvindo os grilo cantar, só trancava quando chovia, ou quando as marditas da moliçocas invadia de noitinha, o bicha desgraçada!Mas, nesses tempo de modernidade, tudo desandou, que, valei-me deus, só ele mesmo para nos proteger.Outro dia mesmo, cê viu né, o filho do Zé Machado morto de tiro por três homem.Essas coisas me espanta Zezin.Agente achava que aqui, no interior, na roça, como nos outros lugares como esse aqui, era todo tranqüilo, calmo.Acordava as cinco com os galo cantando, tomava café preto com broa de mio, ou beiju que compade Tonho manda pra cá, e ia para roça pegar duro na enxada, sem reclamar de nadinha.As sete, de noitinha, tudo calmo e ia todo mundo dormir, ia para cama com a patroa namorar e o cansaço do dia ia todo embora. De quando em vez, ia no boteco do João tomar uma cachaça boa , jogar palitinho, ouvir e contar lorota, mas quando chegava em casa mei que tobeando de aruá, a patroa retava, era briga, mas tudo acabava bem, na cama, é claro.
È, Zezin, agora só resta recordar dos bons tempo, né, que já foi.Os meninos foram pra cidade grande tentar uma coisa mio, por que aqui não dá mais.A terra já não é como antes, a chuva já não cai mais como antigamente.E depois, Zezin, agora essa gente da cidade chega, cheio de pose, roupa das elegante, cabelo que parece que a vaca passou a língua, com uma conversa fiada, que ninguém entende nada, cheio de contrato par agente assinar, mas eu que não dou trela.Não sei não, acho meio esquisito, essa gente só anda de conversa com o prefeito, hum! Esse é outro.
È, Zezin, como eu dizia a vida na roça já acabou, agente ta aqui é por que não sabe viver em outro lugar, as coisas aqui não ta nada fácil não.
Nós não tem estudo então nos fica aí, a mercê; mas cê ver, nem a escola e descente aqui, as crianças andam para pegar a condução da prefeitura, mas volta com a cabeça aluada como se nem tivesse ido.Quem tem dinheiro, Zezin, manda os filho para cidade e depois volta doutor para mandar nos nossos, mas agente não pode contar com nada.Só imagino meus netos, que estão crescendo, que já não tem, praticamente, mas terra para plantar, cê sabe que tive que vender boa parte das terras por essas dificuldades, vendi as duas vacas antes que morressem, tadinhas.
As vezes acho que só quem tem o direito de viver é que tem dinheiro, Zezin.Pode mandar os filho para estudar, pode comprar tudo que quiser sem problema, muita vez sem necessidade e quando adoece não passa a desgraça que nós passa naquele hospital; é só pagar e pronto.E agente, que não tem mais força para viver, fica jogado as trapas; tenho vontade de mandar o galo para de cantar que não tenho vontade de acordar.Joana anda preocupada, mas anda aperreada como eu.
Agora, Zezin, entendi porque ando cabisbaixo, mas percebo que tu anda meio que aperreado também, mas deve ser pelo mesmo motivo, né?È, Zezin, é colocar nas mão de Deus, é se apegar nele, porque só ele e quem sabe de todas as coisas e tem misericórdia de nós.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sem direito a diversidade*

Intolerância religiosa e sexual caracteriza sociedade preconceituosa

Direitos iguais a cada cidadão brasileiro, sem nenhuma distinção, estão escritos na Constituição Federal Brasileira, promulgada em 1988, são algumas características de um estado “democrático”; porém, saindo das entrelinhas da mesma, a teoria e a prática são bem discrepantes.
A violação dos direitos constitucionais, em alguns casos, oscila entre o preconceito e a discriminação.
Salvador possui quase 80% de sua população oriunda do continente africano e é a maior cidade negra fora deste, e ainda não conseguiu romper a barreira da intolerância étnica, sexual e, principalmente religiosa; renegam e desprezam suas raízes históricas e culturais.
Seguidores de religiões de matrizes africanas, como candomblé e umbanda, sofrem ainda pela intolerância religiosa. Sendo assim, a constituição pode ser democrática, mas o direito e o respeito à diversidade estão muito longe da democracia.
Mãe Berenice de Oxum, conta que já foi chamada várias vezes de macumbeira, por seguidores de outras religiões e, até mesmo, por afro-descendentes. A mãe de santo admite que já se sentiu incomodada, e hoje tem desprezo por quem comete essa atitude irracional.”Somos todos iguais pela lei dos homens e de deus, afirma Mãe Berenice.
O intolerantismo não fica no âmbito da religião e parte para a étnico/sexual. Os homossexuais são os mais vulneráveis com o desrespeito e a violência letal. A cada duas semanas um homossexual é assassinado no país. A homofobia e os crimes de ódio são retratos da realidade. “Quando ocorre do homossexual ser negro e de religião Afro-descendente, a situação é mais crítica, aliás, para os leigos, todo homossexual e do candomblé e todo seguidor dessa religião é homossexual, tremendo engano de uma sociedade omissa que se sustenta de rótulos”, afirma Mário César Daltro, adepto da religião há 12 anos e não é homossexual.Para Mário, os brasileiros, na busca sua identidade, foram passivos a civilização européia, e adotou ideologias colonialista, pré-conceituando as religiões Afro-descendentes.
Com a mensagem "Sou Cidadão, tenho o mesmo direito que Você. Preconceito e Racismo são crimes" e a irreverência característica do movimento, o Grupo Gay de Lauro de Freitas também levou para a orla, no domingo, 16 de setembro, seu protesto contra o preconceito social, racial e de gênero, e o apelo à aprovação dos Projetos de Lei 122/2006, que criminaliza a homofobia, e o 22/07, que penaliza qualquer tipo de discriminação.
Para a advogada Yara Oliveira, qualquer crime de discriminação ainda é muito freqüente porque na maioria dos casos não existem punição. ”Nossas leis são muitos brandas para esse tipo de crime, precisamos rever nosso código penal. O poder público e a sociedade civil precisam debater mais sobre essas questões. A liberdade do homem e seus direitos inalienáveis respaldam ao governo sua fiscalização e punição”, destaca a advogada.
A incompetência do poder público, e a sociedade que não respeita as diversidades, alimenta esses fatos alarmantes cada vez mais comuns.
Para extinguir essa anomalia milenar da nossa sociedade, são necessárias políticas públicas, mais eficazes e menos paliativas, começando pela estruturação da educação no país.
Para o estudante de publicidade, Magno Santtana, os pais e a escola não têm estrutura para discutir a diversidade, o pluralismo e o individualismo do ser humano desde cedo. ”A criança passa pela primeira socialização entre o ambiente familiar e escolar, e é preciso que ambos estejam plenamente empenhados para formação cultural e intelectual da criança”. Magno afirma, ainda, que herdamos aspectos, como culturais, dos nossos pais e/ou da sociedade, assim, é preciso de uma sólida formação para não nos tornamos filhos de uma sociedade preconceituosa.
A socióloga Célia Lopez, concorda com o estudante, mas ressalta a suma importância do ambiente escolar. Célia afirma que é preciso introduzir no currículo escolar da rede pública e privada disciplinas como História e Cultura africana (como já acontece em Salvador), filosofia e sociologia, já no ensino básico. ”Os negros só se vêem na história como escravos e coitadinhos, aprendem desde cedo a história de todos os continentes, exceto a África, e as revista e os jornais só retratam a miséria e a fome, como se o povo africano não tivesse um rico legado histórico e cultural para a humanidade” ,diz a socióloga.
A nossa sociedade é alicerçada de estereotipo, por isso ainda não conseguiu aceitar as diversidades. O desafio de incluir no meio social, indivíduos ou grupos com características incomuns, e a discriminação genérica, é o reconhecimento tácito de uma sociedade frágil e desestruturada, finaliza Célia.


Salvador é pioneira no cumprimento de lei

Salvador é a primeira capital do país a promover em toda rede publica municipal o ensino de História e Cultura Afro-brasileira, cumprindo a lei federal 10.639/03, que determina os ensinamentos dessas disciplinas.
Desde 2005 a História da África está sendo incluída de forma obrigatória na disciplina de História e Cultura brasileira e lecionada de forma transversal através de diversas disciplinas.
Em parceria com a escola de educação da UFBA, os professores estão sendo capacitados para atender as exigências do Ministério da Educação.
Na época, a Secretária Municipal de Educação, Olívia Santana, na cerimônia oficial de apresentação do projeto, dissera do grande avanço de Salvador para políticas de igualdade racial e da importância da inclusão dessas disciplinas nas escolas publicas.

* texto feito para a publicação do Jornal Bahia Noticias-Renan Oliveira

Tentando entender as estrelas


O dia está nublado, está quase chovendo.Chuviscando.Ontem fez um solão de queimar qualquer crioulo.Não entendo como isso pode mudar assim,instantaneamente, como se fosse uma estrela cadente, que, aliás, não gosto das estrelas cadentes por dois motivos:
Pelo seu egoísmo de não querer continuar esplandecendo o céu, inerente ao mais belo plenilúnio; por que nunca conseguir fazer um pedido a tempo, pois ela caia muito antes e fiquei frustrado. Por isso!Mais por que então elas caem? Será o fim de uma estrela? Seria por puro desequilíbrio, então não seria estrela cadente e sim estrela desequilibrada, descuidada ou estrela tonta. Será que estrela bebe? Ou talvez seja por plena falta de auto-confiança ou amor próprio.
Essa parte astrológica, diga-se de passagem, eu nunca entendi mesmo.Quando era criança, achava fascinante e bonita a verruga que minha prima/madrinha tinha em seu dedo polegar esquerdo, que chegava a ser inveja.Como sabia que se cantássemos estrelas nasceríamos verrugas na gente eu passava horas contado estrelas e nunca me nasceu uma verruga.A verdade é que sou insignificante até para as estrelas.
Todos os dias eu, ao crepúsculo, deitava sobre a laje, ainda quente do sol, para ver aparecer a primeira estrela.Achava estranho por que as estrelas eram(é) como gente:pernas, braços e cabeça.Alias não são não! Por que existe gente sem pé nem cabeça.
A estrela pisca no céu, com sua beleza, faz-se harmonia com outras, numa sintonia espetacular.Mas então por que ela pisca? Por que não fica permanentemente acessa ao invés de ficar piscando? Não!não sei! Será que a estrela sente alguma coisa pois pisca, não é espírito de natal! Será que sente dor, como uma forte dor de dente que vem e vai rapidamente.Não sei!Sim! agora sei! Ela não pisca, ela brilha. Claro!Uma estrela esplendera.
Mas então por que algumas ainda existem em se jogar.Será o suicídio?
O fato é que ninguém encontra uma estrela morta.Alguns dizem que cai no mar e como não sabe nadar vira banquete de tubarão.È um fim trágico para quem tanto brilhou na vida.Eu acho que depois do suicídio, ela reencarna em estrela- do- mar.
Percebo que o céu não é como pensamos, um prodígio, lugar maravilhoso e para poucos, pois quem está aqui quer subir, e quem está lá em cima quer descer.Será que existe um intermédio entre o céu e a terra?
Novamente existo em dizer que são egoístas não rendem-se a brilhar em noites de chuva; ou será generosas?
Não! Não gosto de estrelas, principalmente por que só as vejo quando levo uma porrada.Não tenho tempo para olhar para o céu, pedir muito tempo, só olho para o céu quando sinto que vai chover.Aí a chuva da água apaga o brilho das estrela.
Sob o céu negro as estrelas, bem que podiam ser coloridas como o arco-íris, seriam mais bonitas e interessantes, como se fosse vaga-lumes, que tem na bunda um luz, cada uma com uma cor diferente.
Por fim, só queria entender melhor as estrelas, mas vejo que não consigo esse universo misterioso e complexo das estrelas. Mas, ainda sim, fico a observar, pois mesmo sem gosta-las, admiro-as.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Critica acerca da natureza de deus

Chegamos a uma época em que tudo parece estar confuso. Onde tudo se encontra fora do lugar; nada flui de forma harmônica. Parece que estamos em uma guerra perene, onde uns querem destruir os outros como se fossem inimigos. A raça humana é a única raça que oferece perigo a si mesma; o ser humano é o único animal que tem medo dos membros da sua própria espécie.
Estas situações nos colocam em um estado de grande medo e insegurança; medo de sair na rua e não voltar, medo de ir a determinado lugar e em determinada hora; medo que algum ser humano nos cause um mal.Cabe também dizer do medo do desconhecido, do que é mistério, daquilo que não tem uma resposta natural; medo da própria natureza , da força natural que ela se traduz para com os mortais.Assim, sentimos a necessidade de buscar explicações e/ou soluções para aquilo que nos é um problema: nosso medo da morte, medo de perder alguém que agente ama, medo da solidão, de ficar doente, desempregado, medo da pobreza, medo do mal, ou seja, medo de tudo que não podemos saber nem prever, daquilo que não estar ao nosso alcance; sabemos que iremos morrer mas não sabemos como e quando vai acontecer, e isso nos apavora muito.
Para tentarmos afastar o mal e o medo de nossas vidas, acreditamos que todo esse caos que é o mundo está sob o controle, ou descontrole, de um ente divino: deus.
A crença em deus nos dar uma sensação de conforto e segurança perante aos percalços da vida e do mundo, mas a crença em deus nos deixa tão inseguro quanto à falta desta crença.
Se considerarmos deus como um ser onipotente e onipresente, que sabe e pode tudo, que pode saber o que vai acontecer que pode evitar ou causar o que quiser um ser perfeito, único, bondoso e maravilhoso e sabe muitíssimo bem o que faz, todos os que crêem em deus não poderia ter medo ou insegurança de absolutamente nada, pois tudo o que aconteceu, acontece e acontecerá e da vontade dele e ele sabe o que faz e se eu confio nele não posso temer nada. Então porque mesmos os mais crentes ainda sentem medo de algo?Pois todos nós temos medo de algo, nem que seja do futuro, mas temos,e se o futuro a deus pertence não teria porque ter medo, pois ele iria traçar um futuro bem bom para agente, ele não é deus? E porque temos medos?A resposta é simples: temos medo do próprio deus; se ele está no comando de tudo e tudo que acontece e pelo seu consentimento como posso ter medo de suas obras: também muito simples:pois não confiamos nele o suficiente e não consideramos tão bonzinho assim, do contrario nenhum que crer em deus teria algum tipo de medo ou insegurança, mas todos temos.
Analisaremos alguns acontecimentos do nosso cotidiano: assaltos, assassinatos, estupros, acidentes letais, seqüestros, ou seja todo tipo de violência que se impregnou nas quatro cantos da sociedade, que não nos deixa seguros em nenhum lugar.
Agora pensemos: se todos esses maléficos eventos acontecem cotidianamente e porque deus quer que aconteça. Ora, se ele é onipotente e onipresente e governa a terra com maestria, e sabe as coisas antes mesmo de acontecer e é capaz de saber o que alguém vai pensar e pode intervir absolutamente tudo na terra e nos céus, e mesmo como todo esse poder nas mãos qual será a finalidade de deus permitindo eventos como estes?Não é deus que quer ver nossa paz e harmonia, porque então que existe a guerra e a fome e a discórdia entre os homens?
Analisaremos alguns questionamentos muito interessante do filósofo francês Voltaire, que levar-nos-á uma profunda reflexão(espero): se deus sabe que existe o mal e não acaba com o mal e porque ele não é tão bom quanto dizem; se ele sabe que existe o mal mais não pode acabar é porque não é tão poderoso assim; se ele sabe do mal e não pode e nem quer acabar e porque ele nem é bonzinho nem poderoso quanto especulam.Então qual a origem do mal sobre a terra?
Bem, é mais fácil dizer que o diabo está no governo do mundo que deus, se é o diabo que é mal e o mundo e os humanos são maus, ou será que deus não seja tão bom assim?
È preciso considerar também que, segundo a tradição, tudo o que existe é obra de deus; nada pode existir sem a ordem e o seu aval pois é o único criador, então poderíamos dizer que ele também criou o mal, ou será que o mal nasceu do nada?se deus criou tudo e todos é natural que ele criou também a serpente má que corrompeu Adão e Eva.Se ele é o único criador é mais que claro quem criou também o anjinho que depois se tornaria no diabo, ou seja, se deus é o único criador, que criou o mal e o diabo?Será que ele errou a vareta mágica da criação?Será que existe dois criadores, um que criou o bem e outro que criou o mal?e se deus criou o mal qual mesmo sua lógica?e se não foi ele porque permitiu que outro criasse então?
O que a realidade nos oferece é que caracterizamos deus numa discrepância profundo com o real: bondoso, poderoso e perfeito, mas esse tema daria outra discussão acerca se a compreensão da natureza de deus é realista ou idealista, cartesiana ou até empírica.
È preciso novamente olhar outra questão, a de sua perfectibilidade. Se deus criou o homem que não resistiu à tentação do mal e que se deixou corromper pelo mal é bem capaz que deus não fez o homem como ele queria, capaz de manter sua integridade moral e incorruptibilidade. Portanto se deus não criou o homem perfeito logo não pode ser perfeito e sim imperfeito, pois o perfeito não pode criar o imperfeito.È muito clara sua infelicidade na criação do homem no livro Gênesis(cap.6, a corrupção do gênero humano)quando disse que vendo a maldade reinando entre suas criaturas, se arrependeu de ter os criados e decide exterminar-los(cap.7, ves.23).
Colocou Noé na arca com seus animais e fez cair um dilúvio por muitos dias e extingui toda manifestação de vida sobre a terra, exceto quem estava na arca; poderíamos considerar o primeiro genocídio da humanidade: deus, o primeiro assassino de massa?
Ora, fica muito claro o desgosto de deus na sua criação, percebe que o homem não saiu como queria e/ou imaginava, se o homem saísse perfeito deus não se arrependeria de ter-lo criado; se o ser humano saísse como o criador realmente quisesse, é muito provável que ele não se arrependeria nem os matariam, e se ele se arrependeu e os matou e porque não achou sua criação perfeita, então o criador não pode ser perfeito.Ou alguém se acha perfeito?
Outra atitude infeliz de deus foi em relação ao diabo; todo mundo conhece a história do anjinho que ficou com inveja dos poderes de deus, esse então sabendo das malicias deste anjo tratou de expurgá-lo de seus reino.Mas quem criou esse anjo que ficou tão malvado?deus.E se ele criou algo bom e que, por algum motivo, ficou mal logo fez outra criação imperfeita, ou será que a imperfeição é a perfeição de deus?Ou será que ele não acertou nenhuma formula do bem?
Ademais, deus, podendo prever o futuro, já que se trata de um deus, poderia prever então o estrago que o diabo e sua turma causaria aqui na terra, e foi o que realmente aconteceu; então porque não expurgou o diabo para bem longe da gente, porque ele picou o diabo logo aqui na terra com agente, para destruir com nossas vidas.Trata-se apenas de um medida esperta de deus, se livrando do mal e jogando em cima da gente para depois pousar bem na foto como salvador.
Se deus queria realmente ver suas criaturas, nós, em paz e em eterna harmonia, por que foi mesmo que ele criou o mal para nos corromper? E depois, em vez de jogar o diabo na terra porque não o exterminou como fez antes com os seres vivos, só restando Noé e os tripulante da arca?Parece mais que deus é um cientista incompetente nas seus experimentos e criações imperfeitas e frustrantes; o homem e o anjo não saíram como ele queria.Ora, se deus fosse perfeito, bondoso é mais do que obvio que toda sua criação seria perfeita e boa, não existindo nenhum tipo de mal sobre o universo que ele criou.E se existe claramente o mal nos mil e um cantos desse mundo e que esse mal não vive isolado do bem, ou seja, nosso medo é porque mesmo sendo de bem não significa que o mal não possa nos atingir, a crença em deus não nos livraria de nenhum mal, até porque o mal é também a obra de deus, pois trata-se de sua criação.
Para finalizar essa discussão, que é muito longa, e eu já estou ficando cansado, só queria fazer umas perguntas inofensivas: você é e está satisfeito no mundo em que vive?Está plenamente satisfeito com as pessoas desse mundo? Se você tivesse o poder de deus você faria alguma coisa pelo mundo ou deixaria como está?
Se você respondeu pelo menos um sim e sinal que está insatisfeito com as supostas obras e criações divinas (o mundo e o homem) e se respondeu três sim, é melhor rever suas crenças acerca da natureza de deus.

O homem pré-fabricado

Nossa mente parou de funcionar; não pensamos mais. Estamos rindo;estamos só rindo.Rindo de tudo e rindo demais.Onde se encontra excesso de humor? Na frivolidade. Tudo vira motivo para rir, até o que era para se discutir se transforma em piada.A televisão quer nos entreter, a musica quer nos entreter, os amigos querem nos entreter.A TV, estar impregnada de programas humorístico, que sinceramente não vejo nenhuma graça, um humor de pré-conceitos, onde o negro, o gordo, o pobre, o nordestino, o gay vira motivo para rir.Nossas vidas se transformaram em uma falsa diversão para que pensemos estar na plena felicidade, que naturalmente se torna ilegítima.Isso nos leva, inevitavelmente, a futilidade e a auto-flagelação espiritual.
Estamos vivendo do comércio; na sociedade neoliberal pos - moderna queremos vender tudo, até nossa alma, nesse caso a igreja se prontifica a comprar. A era da publicidade, e da auto-publicidade também. Todos querem vender o que tem, e os que não tem vendem o que não tem.As industrias querem vender seus produtos a qualquer preço e vão expor o que seu produto tem de melhor pra que seja comprado.
E nós, o que vendemos? O que temos para vender? Vendemos agente mesmo. E como? Através da nossa imagem. Para vender qualquer coisa é preciso formular uma imagem, seja ela qual for.E precisamos formular a nossa.E como formulamos? Através de conceitos pré-estabelecidos pela cultura; por exemplo, a conversão sobre o que a estética para seus membros.
Assim sentimos a necessidade de criar nossa imagem, tão subjetiva e particular, que de algum modo, torna-se comum. È preciso criar essa imagem para ter certeza de como estamos sendo vistos. E como queremos ser vistos? Do cara que pega todas as meninas? Do intelectual, do sensível, do machão, do moderno, do inteligente, do que bebe pra porra, do descolado, do psicodélico, do festeiro garanhão? Qual a imagem que você passa para as pessoas?
Essa imagem se concretiza com adereços; a roupa , do tênis, a mochila, a corrente de prata, a tatuagem, o boné.As alegorias modernas também fazem parte da fantasia. Para se tornar um pessoa na moda é preciso ter um celular com bruntufe, um mp3, e um pen drive.Estamos andando cada vez mais com objetos.Para nos envaidecer ou impressionar? Nesse sentido da ostentação, entra a inveja e a disputa entre os entes.Tomas Hobbes citara três tópicos para a violência entre os homens: a competição, a desconfiança e a gloria, que por sinal é efeito de uma causa.
Assim ficamos sintéticos na loucura do parecer ser, como um boneco de plástico da Mattel que sempre tem que estar bonitinho para as pessoas. Será que somos o que somos? Será que mostramos o que somos? O que será que mostramos ser? Será que as pessoas realmente nos conhecem? O que não queremos mostrar ser?
Renegando a própria essência para fins de promoção social, nos comportamos de forma irracional e inescrupulosa.
Como os grupos sociais têm seus padrões e normas a serem seguidas pelos seus membros, qualquer individuo que se manifeste de forma contrária a estes conceitos pré-fixados é facilmente excluído do grupo e classificado como louco, doente, marginal e insano, levando ao ostracismo social. Essas são as atitudes da sociedade para se manter a hegemonia cultural livrando-se de futuras perturbações e abalos sociais.
Ninguém quer ser excluído, chamado de louco por algumas posições ou comportamentos. Alem do mais, ninguém quer ser alvo de gracinha de gente irônica para com os que pensam diferentes.
Os esdrúxulos comportamentos leva-nos a patamares da mais alta artificialidade.
Todos querem estar bonitos, bem arrumados, cabelos lisos, pele bonita, corpo em forma.
Esse conceitos de estética se evidencia na comunicação de massa.O própria televisão, por exemplo, estabelece um padrão de beleza que vai aparecer na tela; atrizes e atores muito bonitos, modelos da propaganda de uma beleza incrível.Nota-se ai que a palavra “modelo” serve para quem quiser seguir como modelo ou padrão de beleza.Você não ver gente “feia”na novela, no comercial da cerveja ou de um novo xampu da seda, ou na malhação ou em um filme.
Nesse contexto entra também um comportamento para completar a idiotice humana: o cinismo. O faz de conta; o finjo que gosto, o finjo que digo a verdade, finjo que sei, finjo que sou, finjo que quero, finjo que acredito.Estamos na época de grandes mentiras e pura ilusões.O político pede seu voto prometendo emprego; o pastor pede seu dinheiro prometendo o céu;a namorada pede seu perdão prometendo mudar.
Por fim, o triangulo pra se integrar ao nosso grupo social é o sintetismo, o artificialismo e o cinismo, quem quiser apresente sua identidade (para perdê-la) e filie-se.