Ele nasceu em Nova Orleans em 1901. Negro e pobre dos Estados Unidos, quando criança tocava nas ruas para conseguir o sustento de sua família. Louis Armstrong saiu das ruas para os palcos e teatros de todo o mundo que o imortalizou na história do jazz. Armstrong entregava sua alma quando tocava seu trompete e enchia seu espírito de luz quando sua voz soava como um trovão. A sensibilidade, a maestria e seu talento indiscutível mesmo para os leigos, de um dos criadores do jazz que revolucionou a musica e foi aplaudido pelo mundo.
Ella não teve uma vida diferente de Armstrong. Negra e pobre viveu nas ruas de Nova Iorque cantando para garantir sua sobrevivência. Sua belíssima voz e sua enorme capacidade de fazer da música instrumento de puro sentimentalismo e beleza artística são inquestionáveis. Ella Fitzgerald foi impedida muitas vezes de participar de festivais em teatros por considerá-la feia, mas sua voz era toda a magnitude e a música lhe titulou como a primeira dama do jazz. Percorreu palcos e todo o mundo reconheceu a áurea de sua arte.
Não era de imaginar outra coisa se não a plenitude jazzística quando Ella Fitzgerald e Louis Armstrong juntaram seus magníficos dotes artísticos para em 1956 gravarem o que historia discográfica do jazz poderia dizer que o jazz não seria o mesmo se Ella And Louis não fosse gravado. O disco abre divinamente com Can´t we be friends onde as teclas do piano sob os dedos enérgicos de Oscar Peterson espera os anfitriões para a liturgia dos deuses começar.
A voz de Ella parece extasiar os bons ouvidos. Seu improviso e seu famoso scat é de tamanha profundeza e penetração que quando solta seus agudos é de certo que seus pêlos eriçam e as fimbrias de seu âmago desprendem na ambiência. Armstrong não surpreende menos; seu trompete emite notas incríveis que o ar não parece sair de seus pulmões, mas sim de suas entranhas ásperas. Sua voz grave e rouca é a nuance perfeita com a delicadeza da voz de Ella. O disco é uma simbiose de dois mitos que celebram a arte e a paixão. Uma Odisséia em áudio onde Ella e Louis podem ser perfeitamente os deuses e o herói e quem os ouvem; a jornada é rumo ao desfecho do espetáculo onde deuses e heróis chegam ao orgasmo juntos. Quem na história da música poderia igualar a esta dupla? Janis Joplin e Jimi Hendrix? Não. Talvez Armstrong cedesse seu trompete ao piano de Tom Jobim que com sua voz juntaria a de Billie Holiday com aval, claro, de Ella e ouviríamos bem um jazz à bossa, aliás, uma bossa à jazz.
Como tudo que é bom é em dobro e se pereniza no ano seguinte, em 1957, Fitzgerald e Armstrong novamente unem seus talentos com Ella and Louis Again e definitivamente rompem todos os paradigmas para imortalizar seus nomes na música negra americana e inocular que, precipuamente, na música a estética é artística e nada mais.
Encontro importante para a música (só não tão quanto) foi em 1963 quando João Gilberto afinou seu violão e Stan Getz seu saxofone em Getz/Gilberto. O disco é uma relíquia da bossa-jazz e levou João e a bossa nova para o mundo. Como os senhores do jazz, João e Stan se encontraram no ano seguinte para gravar outro disco histórico. A propósito, João e Armstrong são de uma excepcionalidade musical não crível; a sensibilidade destes homens redeu aos amantes da boa música o próprio jazz e a bossa nova, embora esta última tenha raízes intrínsecas a primeira, a diferença, talvez, seja que enquanto uma irrompeu da negritude periférica estadunidense a outra emergiu dos apartamentos luxuosos de Copacabana e com muito uísque, inclusive.
Só mesmo a música e o jazz para fazer de talentos a hibridez de pérolas negras como Ella Fitzgerald e Louis Armstrong. O que podemos fazer é simplesmente reverenciar ambos com sua devida importância, pois o brilhantismo de cada um é inquestionável e unânime. O jazz não seria o mesmo se a marginalidade e a exclusão fosse empecilho para que Ella e Louis levarem ao mundo suas maestrias e certamente não seria o mesmo, também, se eles não se juntassem em 1956.
Ele nos deixou precocemente em 1971 e Ella em 1996. Gozaram de sucesso até suas saídas antecipadas, mas deixou um instrumento de beleza e verdadeira musicalidade que pode ser conferida em Ella and Louis, um clássico que não pode ser deixado de ouvir pelos os amásios da música.
Ella não teve uma vida diferente de Armstrong. Negra e pobre viveu nas ruas de Nova Iorque cantando para garantir sua sobrevivência. Sua belíssima voz e sua enorme capacidade de fazer da música instrumento de puro sentimentalismo e beleza artística são inquestionáveis. Ella Fitzgerald foi impedida muitas vezes de participar de festivais em teatros por considerá-la feia, mas sua voz era toda a magnitude e a música lhe titulou como a primeira dama do jazz. Percorreu palcos e todo o mundo reconheceu a áurea de sua arte.
Não era de imaginar outra coisa se não a plenitude jazzística quando Ella Fitzgerald e Louis Armstrong juntaram seus magníficos dotes artísticos para em 1956 gravarem o que historia discográfica do jazz poderia dizer que o jazz não seria o mesmo se Ella And Louis não fosse gravado. O disco abre divinamente com Can´t we be friends onde as teclas do piano sob os dedos enérgicos de Oscar Peterson espera os anfitriões para a liturgia dos deuses começar.
A voz de Ella parece extasiar os bons ouvidos. Seu improviso e seu famoso scat é de tamanha profundeza e penetração que quando solta seus agudos é de certo que seus pêlos eriçam e as fimbrias de seu âmago desprendem na ambiência. Armstrong não surpreende menos; seu trompete emite notas incríveis que o ar não parece sair de seus pulmões, mas sim de suas entranhas ásperas. Sua voz grave e rouca é a nuance perfeita com a delicadeza da voz de Ella. O disco é uma simbiose de dois mitos que celebram a arte e a paixão. Uma Odisséia em áudio onde Ella e Louis podem ser perfeitamente os deuses e o herói e quem os ouvem; a jornada é rumo ao desfecho do espetáculo onde deuses e heróis chegam ao orgasmo juntos. Quem na história da música poderia igualar a esta dupla? Janis Joplin e Jimi Hendrix? Não. Talvez Armstrong cedesse seu trompete ao piano de Tom Jobim que com sua voz juntaria a de Billie Holiday com aval, claro, de Ella e ouviríamos bem um jazz à bossa, aliás, uma bossa à jazz.
Como tudo que é bom é em dobro e se pereniza no ano seguinte, em 1957, Fitzgerald e Armstrong novamente unem seus talentos com Ella and Louis Again e definitivamente rompem todos os paradigmas para imortalizar seus nomes na música negra americana e inocular que, precipuamente, na música a estética é artística e nada mais.
Encontro importante para a música (só não tão quanto) foi em 1963 quando João Gilberto afinou seu violão e Stan Getz seu saxofone em Getz/Gilberto. O disco é uma relíquia da bossa-jazz e levou João e a bossa nova para o mundo. Como os senhores do jazz, João e Stan se encontraram no ano seguinte para gravar outro disco histórico. A propósito, João e Armstrong são de uma excepcionalidade musical não crível; a sensibilidade destes homens redeu aos amantes da boa música o próprio jazz e a bossa nova, embora esta última tenha raízes intrínsecas a primeira, a diferença, talvez, seja que enquanto uma irrompeu da negritude periférica estadunidense a outra emergiu dos apartamentos luxuosos de Copacabana e com muito uísque, inclusive.
Só mesmo a música e o jazz para fazer de talentos a hibridez de pérolas negras como Ella Fitzgerald e Louis Armstrong. O que podemos fazer é simplesmente reverenciar ambos com sua devida importância, pois o brilhantismo de cada um é inquestionável e unânime. O jazz não seria o mesmo se a marginalidade e a exclusão fosse empecilho para que Ella e Louis levarem ao mundo suas maestrias e certamente não seria o mesmo, também, se eles não se juntassem em 1956.
Ele nos deixou precocemente em 1971 e Ella em 1996. Gozaram de sucesso até suas saídas antecipadas, mas deixou um instrumento de beleza e verdadeira musicalidade que pode ser conferida em Ella and Louis, um clássico que não pode ser deixado de ouvir pelos os amásios da música.
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