È notório que os avanços tecnológicos, principalmente os aparelhos de áudio e mixagem, deixaram de ser exclusividade de grandes gravadores e pode ser adquirido de forma mais fácil. Antes, um cantor ou uma banda ficava sob a égide das conveniências mercadológicas das indústrias fonográficas multinacionais, e os contratados viam nos produtores musicais praticamente como pastores de ovelhas. Hoje qualquer artista pode equipar, em casa, um estúdio de boa qualidade produzindo seus discos, “caseiramente”, só precisando( as vezes) das grandes gravadoras para fazer a distribuição. Isto traz ótimas conseqüências que são a autonomia artística e a autenticidade de produção.
Lobão foi o primeiro a declarar guerra as gravadoras e militou junto com outros artistas contra as políticas destas, que passam de mecenas a mercenárias. Ele foi um dos primeiros a lançar um selo e uma gravadora independente distribuindo seus discos em bancas de jornal. O método lobaniano obteve êxito e foi espelho para outros muitos.
Grandes nomes da música brasileira, como Chico Buarque e Maria Bethania, hoje produzem em gravadora independente, a Biscoito Fino, que tem em seu cast outros artistas que resolveram sair de grandes gravadoras para buscar independência e autonomia. A gravadora Trama, presidida por João Bôscoli, tem a mesma política de independência. A valorização da música brasileira é perceptível quando artistas ou empresários brasileiros têm a iniciativa divulgar artistas que não sobressaem devido a necessidade e emergência de mercado. A Trama se caracterizou por revelar o que os críticos chamam de Moderna MPB. Max de Castro, Wilson Simoninha, Paula Lima e Pedro Mariano são exemplos desta corrente.
Se antes os artistas ficavam discutindo horas em reuniões com produtores e executivos fonográficos para saber o que seria gravado ou não, hoje os artistas nem saem de casa. A internet também é importante meio para distribuição e as rádios, e os famosos jabás, estão deixando de ser praticado como antes.
Quem só tem a ganhar é o próprio artista que produz aquilo que quer e que sabe; o público por consumi música autêntica e de forma mais trabalhada e sofisticada.
As gravaras no desespero assustador, agora, apelam para “artistas” emergentes e chulos a fim de recuperar seu espaço perdido. Perderam?
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
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