sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Eu quero ser feliz

Olá amigo(s), revirando meus documentos, achei um texto que escrevi em dezembro de 2006, que já tinha até esquecido.O texto abaixo é original, com exerção de algumas virgulas e palavras.


Acordo bem cedo para ir para o colégio, um saco estudar, gosto mesmo é de conversar falar mal de alguém, ficar vagando pelos quatro cantos, do que ficar assistindo a aquelas aulas chatas de química que eu sei que nunca vou aprender nada.
Eu já gostei tanto de estudar que, sinceramente, não sei o que aconteceu comigo.Perdi a gana.
Eu gosto de aprender o que eu quero, o que eu acho que é preciso, não porque tem uma professora dizendo que um dia eu vou precisar daqueles cálculos inúteis.
Também eu passei uma grande parte de minha vida em pleno estado de mudança, quer dizer, eu vivo permanentemente em estado transitório, pois não quero ser o mesmo sempre, eu tenho que mudar, como as borboletas que nasce lagartas, acho que sou exatamente o contrario,mas mesmo assim sinto - que preciso dessa mudança diariamente, eu sei que essa mudança é feita cada vez que eu acordo, ou cada vez que eu durmo, pois nós, seres humanos, vivemos apenas algumas horas, a cada amanhecer é outro dia, é outra vida.Aí eu esqueço tudo que fiz ontem e tudo que falei, mas sempre vem alguém me lembrar que o que eu falei ontem, não é o mesmo que eu falei hoje, claro que não!ontem morrir ao dormir, hoje é outra vida, eu sou a mesma pessoa, mas não o mesmo.Mudei, pois achei que tinha de mudar, outro dia me encontro com outra pessoa.
Outra pessoa mesmo assim, estou decepcionado, não consigo entender como algo pode subir e descer tão depressa, principalmente quando é um relacionamento.
Aí eu tenho de devorar algum livro para ver se consigo esquecer.
Clarice Lispector e Água Viva estão sempre a cabeceira, para uma funda distração de tempos.A cada pagina uma nova vontade...
Perdi o gosto de ler, perdi a calma, eu lia para me distrair, para ficar calmo, mas as vezes prefiro ouvir Janis Joplin cantar Summertime, ou Billy Holliday cantar qualquer coisa.
Não consigo entender absolutamente nada, procuro uma resposta nas coisas mais simples e banais, na miado do gato, numa voz sussurrada de alguém quando me diz descaradamente que me ama. Novamente não consigo entender por que me amam, eu não faço nada de mau, nem de bem, sou o cara mais picareta e muquirana, e ainda tem gente que me ama.Por falar em amor, é uma coisa que eu nunca entendi mesmo, nunca tive, me disseram que eu não entendo por que nem mesmo consigo classificar, o amor não é uma coisa, é algo profundo no coração.Quando eu achava que amava alguém, eu percebi que não era amor, era simplesmente desejo.
Amor é algo que agente sente pelos nossos brinquedos quando criança, ou pelo pirulito quando se chupa. Penso então que eu quebrava todos os meus brinquedos, e também eu nunca gostei de chupar pirulito por que não acertava o lado certo de por na boca.Depois de muitos anos chupando o palito, eu descobri que a bala espetada nele era que é gostoso, talvez com o amor seja análogo.Assim aconteceu, depois de tempos achando que ela o amava, descubriu- se que ela gostava era do sexo.
Penso no que fiz até agora, se eu estou ainda aqui é por que realmente tenho amor a humanidade.
Queria ficar isolado no quarto uns mil anos, pensando. Tentando entender o inexplicável.
Algo vil, algo impiedoso. Quero ficar como água viva, quando queima a pele.Ou como uma pedra imóvel no oceano, que fica vigiando as sereias.
Faz tempo, quando fui ao passado, as boas pessoas esquecem seu passado, as maus vivem guardando dinheiro, em seu cofres sujo de hipocrisia e insanidade.
Loucos e tolos são os que o pouco tempo que lhe tem, perdem tempo com outras, de forma tão desprazerosa.
Vou sentar no sofá e ficar a vida inteira na frente da televisão, poderia ser uma das melhores coisas que faria em minha vida. Na verdade que vai ficar com o controle remoto e a televisão, pois ela é quem vai me programar.
Eu queria ser feliz.
Tentei vestibular, e não passei, é algo para poucos.
Queria fazer graduação em felicidade, e sairia como um messias pregando a felicidade por esse pequeno mundo de idiotas:
Larguem o dinheiro!Deixem o emprego! Vamos todos fazer amor, vamos todos a beira mar, cantar canções de façam bem a alma.
Vamos esquecer os clichês, os conchavos, vamos ser feliz.
Eu disse que tinha que ter uma filosofia de vida, todos tem que ter.A minha é ser feliz, temos que ser feliz, temos que olhar para nós mesmo e deixar a do outro passar, a felicidade é a única coisa que se pode dar sem precisar ter.
Alguns idiotas vão ler livros de dicas para ser feliz, como se felicidade tivesse formula ou estereotipo, idiotas também são os que escrevem esses livros, são idiotas duas vezes:
Por escrever o livro e outro por que geralmente são psicólogos, psicanalista ou essas merdas que têm um diploma na parede do quarto e acha que conhece todos.
Esses imbecis ganham dinheiro para decifrar a mente de alguém.Todos sabem que ninguém conhece a mente de ninguém, nem os próprios donos, que são o que não entendem mesmo.Vivi muitos anos de minha longa vida, para tentar me entender, saber quem eu sou, e até hoje ainda é sou uma incógnita.
Estou em busca de outro mundo, pois sei que esse não dá mais para mim, eu não mereço.Quero fundar uma sociedade alternativa, um lugar maravilhoso, com muito verde e ar limpo, onde não houvesse TV, internet, radio, energia não existisse absolutamente nada, só a sabedoria de quem ali vivesse.
Não me sinto feliz, é algo tão distante de mim, eu queria ter vivido a vinte anos atrás é já ter morrido, acho que seria feliz nos anos 80, em plenos 18 anos.
Os bons já morreram, é só restou eu, que não demoro a ficar.
Enquanto preparo minha auto-biografia, eu tendo lembrar de alguma coisa, acho que minha vida não tem estórias nem nada para contar, por isso não saí de meia pagina.
Já quis ser tudo na vida, dentista, cantor, ator, arquiteto, modelo, locutor, marceneiro, garoto de programa... Já quis ser mulher, já quis ser bonito.Hoje descobri que quero ser jornalista, descobri o que gosto mesmo é falar mau de alguém, quer dizer, de todo mundo.Eu queria ser qualquer coisa, sei lá, queria ser pedreiro, queria ser emergente, queria ser um Zé ninguém, um morto de fome, que não sabe se quer ler.Queria ser um empresário, um intelectual falido de idéias e pensamentos, eu queria ser gigolô.Queria ser veado, lésbica, bi, trans, metro..., queria ser um índio, um cigano, queria ser hippie e fumar maconha a vida inteira.Queria ser um tabagista, um alcoólatra, um viciado em droga, um viciado em televisão, um viciado em internet.Queria ser louco, tolo, idiota imbecil.queria ser um doente mental, doente sentimental, queria ser uma cobra, queria ser um leão.Queria ser amigo, queria ser querido, queria ser amado.
Eu só queria ser feliz.

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