Os avanços cada vez mais velozes no campo da tecnologia da comunicação exigem um jornalista capaz de avançar seus domínios, nesta área, na mesma velocidade em que outras mídias e diferentes ferramentas emergem. Nos últimos anos, principalmente quando da abertura comercial da internet, o conceito de jornalismo multimídia vem sendo discutido com frequência, e ninguém mais discute a importância deste profissional lidar com novas plataformas de comunicação; a internet e as redes sociais deixaram claro o quanto esse domínio não apenas é importante, como imprescindível.
Neste contexto surge o Jornalismo na Internet (ed. Summus, 246 págs.), de J.B. Pinho, para estudantes e profissionais de jornalismo interessados em aprender princípios e técnicas básicas para a mídia revolucionária, que é a Web. Trata-se de um guia prático para aqueles que desejam entender a internet e a Web como mídia de comunicação, e nela desenvolver seu trabalho com eficiência e autonomia.
O Jornalismo na Internet pode ser óbvio para uns e didático para outros, na medida em que o autor traça nas primeiras sessenta páginas do livro, um apanhado histórico do computador, desde os experimentos norte-americanos, bélicos e acadêmicos, passando pelo desenvolvimento e o avanço da Arpanet, até desbancar na mais interessante parte da internet, que é a Web, a famosa WWW. J.B. Pinho traça um cronograma dos principais avanços da informática, inclusive conceituando termos comuns, como HTML, HTTP e URL. Para os que já estão acostumados e familiarizados com essas ferramentas tecnológicas comunicacionais, o livro pode ser um tédio; o autor explica o que é internet e suas ferramentas como se fosse para alguém que nunca viu um computador na vida. Lá é explicado até como anexar um arquivo num e-mail. Por outro lado, o livro pode ser, ainda que no início, muito prazeroso para os jornalistas mais velhos e com formação mais tradicional, que vão buscar reciclar-se. Porém, é bom não esperar conceitos jornalísticos complexos e surpreendentes, até por que falta autonomia para J.B. Pinho: ele é formando em Publicidade e Propaganda.
O livro começa a ter cara de assunto para jornalista quase na página cem. É aí que o autor começa a falar sobre a linguagem jornalística para a internet. Primeiro enumera algumas características da Web, diferenciando-a de outras mídias, que são fisiologia, não-linearidade, instantaneidade, dirigibilidade, qualificação, custos de produção, interatividade e pessoalidade. O autor bate na tecla diversas vezes, dizendo que o texto jornalístico para a Web deve ser cinquenta por cento mais curto que o do papel. Isso se deve, segundo ele, pela ainda não cultura de se ler pela internet, aliado a dificuldade fisiológica, que é a tela do computador para leitura, somando-se a isso a hiperatividade do internauta, que facilmente poderá encontrar outro canal para se informar caso não o interesse o que lê. Para que isso não aconteça ele dá uma dica: títulos de até 160 caracteres, a fim de ser mais prático nos mecanismo de busca, como o Google.
Para finalizar J.B. Pinho também explica a importância de um bom planejamento gráfico para sites jornalísticos. Segundo ele, os valores estratégicos de um portal noticioso são a identidade, impacto, audiência e competividade. Na fase do processo criativo, na elaboração do próprio portal, não pode faltar expansão, contração e pré-produção. E aqueles que estão pensando em montar um sítio na internet, as dicas do autor são: planejamento, designer, implementação, teste e suporte.
Aos que o livro possa interessar, ele pode ser encontrado nas livrarias físicas e virtuais a preço médio de R$ 30,00.
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