domingo, 14 de dezembro de 2008

Aos amigos maiores

Em uma vida agitada como a que a sociedade se propõe a tentar viver, tudo acaba no mais puro tédio pela mesmice e, pessoas como eu, que tento buscar alternativas e formas de viver esta realidade funesta e medonha me deparo com a surpresa quando conheço pessoas excepcionais, coisa raríssima, pois o que vejo são pessoas que perderam a noção da realidade para se trancar em um mundinho tão individual quanto mesquinho. Não posso entender, pois talvez a minha confusão em tentar entender esta loucura coletiva travestida de pura lucidez ao qual só consigo rir, e nada mais. Mas, se rir demais posso cair no puro deboche destes esdrúxulos comportamentos humanos que abomino. Como diz aquele senhor rapaz: rir é bom, mas rir de tudo é desespero, então me encontro desesperado?

A autoflagelação humana é tão notória quanto sua imbecilidade, porém deve haver alguém que põe óculos nos olhos desta criatura, para camuflar o real e colocá-lo numa dimensão de extrema demência. Quem será que faz isto? Eu, que sempre penei em tentar chegar a tal conclusão, hoje prefiro creditar isto a própria raça humana, que se considera melhor que os outros animais, diz ser racional, ah, dizem por aí que somos civilizados. Somos?

Chegamos ao momento de extremo colapso (em todos os sentidos) e penso da pertinência em dizer do colapso social. Parece que está cada vez pior a convivência. Então a civilização está em decadência; os ricos se trancam em seus condomínios negligenciando a realidade que eles configuram. Dormem com travesseiros macios para terem bons sonhos, todavia este sonho acabará quando eles acordarem e verem que o mundo existente não é o que eles vivem; a realidade é outra. Não está nos shoppings, muito menos nos finos restaurantes tampouco no copo de uísque.

Portanto, penso e digo da importância de estabelecermos os mecanismos para uma sociedade mais convival e que os valores estejam no mesmo patamar que a eqüidade, tolerância e solidariedade, para vivermos em paz. Lembremos, portanto, daquele grandessíssimo homem que nos deixou um legado de pura sabedoria e que infelizmente a ignorância não nos permite segui-lo de forma mais sóbria e sensata do que desesperadora: “Fazes com o outro apenas o que queiras que faça contigo.”

“Eu vejo a vida melhor no futuro, eu vejo isto por cima do muro de hipocrisia que insiste em nos rodear; eu vejo um novo começo de era, de gente fina, elegante e sincera, com habilidade pra dizer mais sim do que não.” Ora, não quero plagiar a obra do Lulu Santos, mas quando ouço esta música entro em outra dimensão, devido ao seu conteúdo filosófico: “Não há tempo que volte, vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir.”

Esperemos o futuro com novas perspectivas porque o futuro começa hoje.

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